NAVEGAR II
(Arivaldo Purificação, in POR TAIS)
Essa responsabilidade intransferível
Essa necessidade intraduzível
que faz o ser alçar vôos ao infinito
Navegar...
Essa energia inesgotável
essa força motriz
essa constante explosão
que leva o poeta a cantar e chorar
num misto de desilusão e esperança
essência de toda poesia
Navegar...
Essa coisa timidamente explorada
de quebrar as algemas e derrubar os pelourinhos
e transformar senzalas em palcos
em templos de liberdade
que jamais será tardia
Navegar...
Porque é preciso ser como as nuvens
que entregam-se de corpo e alma
aos caprichos da Natureza
e transmutam-se em água
que mata a sede da fera e do beija-lfor
que torna a terra seca em oásis
perpetua a vida
e desafia o deserto.
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