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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Integrado com o Universo

Integrado com o Universo

Sempre que entras em contato com a natureza, mergulhas no mais íntimo do teu ser, porque fazes parte dela. Quando ouves a melodia dos pássaros que cantam na tua janela e deixas que estas vibrações penetrem todo o teu ser , estás integrado com o Universo. E esta integração te proporciona a paz, a certeza do infinito potencial de força e luz presente na união de tudo e de todos, capaz das mais elevadas realizações em todos os campos da vida.

A felicidade de estar integrado ao Universo é insubstituível, nada se compara. É a plenitude, a completude que te visitam e te envolvem numa doce energia, num perfeito bem-estar. E é tudo isso que deves transportar para os momentos difíceis e desafiadores. É tudo isso que deve te sustentar nas horas da prova, nos testes de fé e perseverança.

Peça sempre a estas forças do Universo que clareiem teus pensamentos, que elevem teus sentimentos, que resgatem a autoestima e o amor que dedicas a tudo ao teu redor.

Louva teus dias, sejam eles difíceis ou fáceis, alegres ou tristes, suaves ou penosos. Tempera o doce e o amargo, que o resultado da receita não será certamente o excesso nem de um, nem de outro, mas a dose certa que precisas para caminhar rumo à redenção e à conquista definitiva de ti mesmo!

Luz e paz!

Maria Rosa

(mensagem psicografada pela médium Cristina Barude, Salvador 28.01.10)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Cleonice Berardinelli fala de vida dedicada à literatura

Assistam a entrevista com a escritora Cleonice Berardinelli, na Globo News:

Imortal Cleonice Berardinelli fala de vida dedicada à literatura
Aos 93 anos, a professora foi eleita para a Academia Brasileira de Letras.
Especialista em autores como Fernando Pesssoa ou Camões, Cleonice Berardinelli tem uma paixão por livros desde criança, incentivada pelos pais. Ela queria fazer Engenharia, mas acabou fazendo Letras.


http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1440609-17665-310,00.html

Quem ama não se sente só



Quem ama não se sente só

Que a luz do sol que ilumina os teus dias seja tão intenso que ofusque toda a dor e o sofrimento, dando lugar à esperança e a certeza de que tudo passa. Ao te deparares com a solidão, lembra-te que esta é apenas uma ilusão. Aquele que ama está envolvido constantemente pelas vibrações elevadas deste nobre sentimento, estejam ou não os seus entes queridos próximos fisicamente. O amor traz a plenitude e a completude.
Ao sofreres de solidão, lembra que, na realidade, o que te falta não é uma companhia ou estar cercado de pessoas. O que te falta é amar. Ama a ti mesmo em primeiro lugar, apaixona-te por ti mesmo, claro que sem a cegueira das paixões avassaladoras que impedem que vejamos o lado menor de cada um. Ama-te com o sentimento consciente e atento para arrancares as ervas daninhas da tua estrada sempre que necessário.
Depois, permita-te amar tudo o que te rodeia: o planeta que te acolhe, o lar que te abriga, o alimento que sustenta o corpo físico, o trabalho que enobrece, os sorrisos anônimos que enchem o ar de alegria e bem-estar, o olhar amigo dos que te cercam. Ama também os avisos de alerta dos que não te bajulam e mostram o que é preciso mudar na tua caminhada.
Ama os que precisam da tua ajuda. Ama os que te servem humildemente e amorosamente. Ama teus amigos, a família, os parceiros de vida, mas ama verdadeiramente, incondicionalmente, sem esperar retorno, sem nada cobrar e ainda que eles respondam com agressividade ou indiferença. Não importa. Importa sim que és capaz de amar e exercitar esta potencialidade dia a dia, enchendo teus porões e tuas células de provisões divinas de energia vital e curativa.
Cura-te com o amor, que jamais a solidão baterá à tua porta, ainda que estejas isolado em ilha deserta ou nos cumes das montanhas a meditar como os monges tibetanos. O amor te sustentará, te elevará e será a tua melhor companhia.


Luz e paz!

Maria Rosa

(mensagem psicografada pela médium Cristina Barude, Salvador, 21.01.10)

sábado, 16 de janeiro de 2010

Recomeçar

Recomeçar é renascer a cada dia. Permita-te um novo início com coragem, perseverança sem permitir que o desânimo te abale. Seja firme como o tronco de uma árvore secular e frondosa, repleta de frutos saborosos e nutritivos. Permita que todos possam saciar a fome de amor e acolhimento debaixo da tua sombra amiga.

E que este tronco te sustente em meio às penosas tempestades. Serás amparado sempre. Por pior que sejam os dias não te faltará proteção. Ânimo, coragem sempre, pois os braços do Invisível estão voltados na tua direção. Basta uma conexão através do pensamento para que esta religação se faça. E tudo será prosperidade e paz. Confia e segue,assim como o cego confia no seu cão, no seu bastão, nos seus ouvidos.

Mantenha os sentidos e a intuição alertas que os avisos chegarão, a orientação será precisa e surgirá na hora necessária. Teu maior inimigo é o medo. Este sim paralisa e desliga o teu contato com o Mais Alto. Há uma legião de seres amorosos a te observar e acompanhar. Eles esperam de ti as vibrações mais elevadas para concretizarem esta sintonia de almas, que unidas irão construir a paz e um mundo bem melhor.

E lembra-te sempre que um planeta regenerado começa dentro de ti. Seja um bom aluno para saires deste estágio e alcançares definitivamente a luz! Basta um pensamento, basta uma mudança de atitude e de crença para chegar lá!

Luz e paz!

Maria Rosa
(mensagem psicografada pela médium Cristina Barude, Salvador 14.01.10)

domingo, 10 de janeiro de 2010

Vai, Chaplin, ser gauche no céu



Vai, Chaplin, ser gauche no céu


(por Alberto Freire)


A noite boêmia da cidade está de luto. Não haverá mais a figura de um Carlito se equilibrando entre a alegria e a melancolia, sobre as rodas de uma antiga bicicleta. Nunca mais será visto pelas noites da cidade, aquele personagem de si mesmo, cuspindo fogo como um dragão mambembe que tentava espantar a solidão e atrair um pouco de atenção, em troca de uns trocados. O artista de rua, melhor seria dizer de bares, que se vestia de Chaplin está morto desde o dia quatro. Sua arte não foi capaz de conter os dez tiros de revólver que lhe deram, após mais uma noite de jornada.

Diariamente aquele Carlito soteropolitano exibia sua performance de clown noturno e solitário. Um equilíbrio circense instável, feito de piruetas esperadas com patins ou skate e o gran finale no papel do homem que cospe fogo.

Terminado o espetáculo, ele derramava sobre os frequentadores o seu olhar indecifrável que escondia múltiplos sentimentos. Com o seu chapéu-coco pedia o reconhecimento em forma de algum dinheiro para subsistência artística.

Tudo nele parecia incompleto. O malabarismo, a maquiagem, o figurino, tudo. E residia aí sua graça, a nos lembrar do Carlito real, criado por Charles Chaplin, que ousou inserir um antagonista como principal personagem de um cinema em busca de afirmação como arte.

Assim também era o nosso Chaplin, com seu grito característico, avisando aos boêmios que dessem uma pausa na cerveja, ou nas conversas etílicas, que resolvem todos os problemas do mundo, para dispensar um fragmento de tempo e vê-lo desafiar Isaac Newton e a Lei da Gravidade, no picadeiro de asfalto urbano.

Ao morrer, as páginas policiais desvendaram sua identidade chamando-o de Gildenor Ferreira de Oliveira, 54 anos. Disseram também que o motivo da chacina fora uma vingança de traficantes porque aquele Chaplin ousou ensinar sua arte para tirar meninos do território das drogas. No limiar de uma nova década do século XXI, a combinação de arte e educação ainda provoca instabilidade e medo em quem faz da bala e da violência sua própria lei.

Os tiros provocaram uma morte múltipla. De uma só vez foram extintos Chaplin, Carlito e Gildenor. A arte de rua, os meninos do seu projeto e as noites de Salvador estarão mais tristes a partir de agora.


Alberto Freire é Jornalista, Mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas e Doutorando em Cultura e Sociedade (Ufba).

sábado, 9 de janeiro de 2010

Palavra


Palavra
(Luís Antonio Vieira, in Antologia Pórtico 3)

Toda palavra se revira em verso-concreto-armado
É mistura de quereres, realiza-se em outros quereres
Toda palavra está na agulha, esperando pra ser manuseada
Está no argumento, na retórica, no bate-papo, na gíria e Palavrão

Palavras apenas, em dicionários, anúncios de jornais, revistas
Palavras para significar pessoas, expressar pessoas, dizer coisas afins
Palavras arbitrárias, retorcidas que nem ferro, prontas para perfurar;

A palavra faca não fere;
A palavra merda não fede;
E a palavra pênis não engravida;

Pois toda palavra só escapa à boca porque existe em pensamento livre
Toda palavra é estilete, bala de fuzil, caco de vidro, cama-de-gato
É invento que vira verbo e se movimenta
Toda palavra é matéria, seringa. É hemorrágica e intencional!

ANTOLOGIA PÓRTICO 3 (2009)

Desde início deste blog temos feito um importante resgate histórico de todos os livros que o Grupo Cultural Pórtico publicou desde a sua criação, em 1995. Em 10 de maio completaremos 15 anos de atuação, descobrindo e revelando novos autores. Acreditamos que temos cumprido a missão à qual nos propomos, de criar oportunidades para o surgimento e divulgação de bons autores, da Bahia, do Brasil e do exterior. A nossa mais recente publicação foi a ANTOLOGIA PÓRTICO 3, lançada na Bienal do Livro da Bahia, em uma parceria com a editora Livro.com. Para as comemorações do nosso décimo quinto aniversário estamos organizando uma nova antologia, que deverá ser lançada na Bienal do Livro de São Paulo. Contamos com vocês lá!

FICHA TÉCNICA

Título: ANTOLOGIA PÓRTICO 3

Autores:
Ana Cecília de Sousa Bastos
Bené Lins
Carlos Valadares
Carmelita
Menezes da Silva
Djalma Filho
Goulart Gomes
Luís Antonio
Vieira
Márcia Tude
Martha Galrão
Martinho Branco
Oswaldo
Martins
Regina Lyra
Reneu Berni
Rose Rosas
Vicente
Cariri
Vladimir Queiroz

Capa e produção editorial: Márcia Tude
Finalização: Daniel
Maia
Apresentação: Goulart Gomes
Ano: 2009
Editora:
Livro.com
Páginas: 106
Tiragem: 500 exemplares

O Que Ninguém Escreve


O Que Ninguém Escreve
(Jurandir Argôlo, in Antologia Pórtico 2)




a fome é vermelha
centelha que detona esperanças
ao vazio de uma existência negra
nas penumbras olhadas com descaso
pelos luxos desfilados nas ruas
de quem põe vidas às nuas
com palavras fáceis e sorrisos sarcásticos

nada se compara à dor de um ego
e só um cego
não vê o fundo do poço à tona
transbordando o caos e o infortúnio
apagando luzes no fim do túnel
de vidas condenadas à revelia
errantes nesse mundo de Deus

nada justifica os versos vazios
a loucura dos cios
de uma sociedade que perde as cores
alimentando os odores
de uma ganância desmedida
abençoada por mãos estendidas ao léu
de uma fé fantasma

até quando o perdurar das artimanhas
as manhãs sem garantias
a violência como folias
para muitos por trás de gravatas
e brindes com o sangue dos inocentes
que acabam por perder o respiro
antes mesmo de brotarem de sementes

a fome é vermelha
centelha que detona esperanças...

ANTOLOGIA PÓRTICO 2 (2004)


FICHA TÉCNICA

Título: ANTOLOGIA POÉTICA PÓRTICO 2
Autores:
Aila Magalhães
Bernardo Linhares
Geovanete Santana
Geraldo Tonini
Júnior
Goulart Gomes
Jurandir Argôlo
Odair Campos
Oswaldo Martins
Capa: Goulart Gomes, sobre tela de Salvador Dali
Apresentação: Goulart Gomes
Ano: 2004
Editora: Pórtico Ed.
Páginas: 92
Tiragem: 500 exemplares

A perene estética do bambu

A perene estética do bambu
(João Augusto Sampaio, in Antologia Pórtico 1)



Engarrafo
Rotaciono minha cabeça
sobre o eixo do pescoço

Lua cheia

Silhueta de três ramos de bambu
Li Po
Tu Fu
Chuang Tzu

Faz-se o oriente na Bahia

Os carros andam
Transito

ANTOLOGIA PÓRTICO 1 (2003)


Foi somente em 2003, com o lançamento da Antologia Poética Pórtico 1, que as antologias organizadas pelo Grupo Pórtico passaram a ter uma numeração sequencial. Em verdade, esta foi a décima primeira coletânea organizada pelo Grupo.

FICHA TÉCNICA

Título: ANTOLOGIA POÉTICA PÓRTICO 1

Autores:

Argemiro Garcia
Carlos Valadares
Djalma Filho
Goulart Gomes
João
Augusto Sampaio
José Inácio Vieira de Melo
Loreta Valadares
Luiz
Flávio
Rose Rosas
Vladimir Queiroz


Capa: Dôra Araújo
Apresentação: Maria da Conceição Paranhos
Ficha catalográfica: Regina Tonini
Revisão: Goulart Gomes e José Inácio Vieira de Melo
Ano: 2003
Editora: Pórtico Ed.
Páginas: 120
Tiragem: 500 exemplares

LIMÃO CRAVO, LARANJA AZEDA


LIMÃO CRAVO, LARANJA AZEDA

MAY PARREIRA E FERREIRA
MINAS GERAIS – 1o LUGAR

Carne de Fumeiro
Tome um quilo de coxão mole, lanhe-o um pouco e tempere com sal, caldo de laranja azeda ou limão cravo e uma pequenina quantidade de salitre.
Deixe descansar nesse molho durante 24 horas, escorra e leve ao fumeiro. Passados uns dias, pode prepará-la do seguinte modo: ponha, numa frigideira, gordura, alho em rodelinhas, cebola também em rodelas, uma pitada de gengibre cru ralado e, quando a gordura estiver bem quente, junte a carne; deixe frigir devagar, juntando aos poucos mais gordura. Sirva com caldo de limão e salsa picadinha. Acompanha arroz branco e um excelente vinho da Borgonha.


Sou um espírito escrevinhadeiro, desses que rabiscam muito para contar pouco. Fico assoprando nos ouvidos alheios, histórias que vejo ou que ouço por estas eternidades às quais estou destinado. Já vi de muito e de tudo na minha desvida. E nada melhor para um escritor, mesmo que seja um fantasma, do que falar sobre alguém. Vou falar, aqui, sobre um desencarnado chamado Teotônio. Quem o conheceu no auge do vigor terreno ficou impressionado com as torturas que impingia aos escravos, uns espancados até a morte, uns moqueados, outros emparedados ainda vivos.
Por estas e outras razões vocês podem imaginar o quanto esta alma foi odiada. Sempre que se falou do Coronel Teotônio, se rezou para que ficasse no limbo entre vermes. Mas não foi isto que aconteceu. Na maior parte do tempo ele andou por aí maltratando animais ou fazendo fantasmices solertes. Eu o vi empurrando mendigos nos rios, propagando um incêndio aqui e ali, mas nunca pude intervir, pois somos feitos de matérias diferentes.
Os anos se passaram.
Esta minha história começa com o Coronel morando de favor embaixo da pia da cozinha de uma casa comum de um bairro comum de classe média. Não conheci ninguém que o quisesse por perto. Mofo, umidade e algumas baratas eram suas constantes companhias. Ele se acomodava, não sem reclamar, numa fresta de azulejo debaixo do sifão. E era assim que estava descansando numa manhã quando ouviu vozes na porta dos fundos. Quando alguém vinha visitar a residência que agora considerava sua, ele rodopiava o vento, fazia estalar o piso, e cochichava besteiras nos ouvidos do visitante. Andaram dizendo pelo bairro que a casa era assombrada, e sempre existe quem acredite.
O preço do imóvel está mais que razoável, dizia a corretora para interessados recém-casados. Esse era o vigésimo primeiro cliente em quatro anos.
Semana seguinte o casal voltou verificando detalhe por detalhe da futura moradia, andaram alegres por tudo. A mulher entrando na cozinha, abre e fecha de portas, ficou cara a cara com o abantesma. Ela olhando o aspecto pouco higiênico da pia, ele vendo surgir diante de si a figura de sua finada esposa. Era como se ela o estivesse vendo ali, ridículo, nu, pendurado num sifão sujo, sem nada da arrogância e destemor de outrora. Se sentiu mal o Coronel. Saiu num bafo quente e podre, se enrolou no tronco seco do ipê amarelo e chorou pela primeira vez de todas as suas vidas, chorou de ódio. Lembrou-se da mulher que ele acreditou traí-lo com o negro luzidio, apesar das negativas da acusada. Nem o rabo de tatu, a pimenta nos ferimentos, a morte matada do negro livraram Teotônio do ódio que sentia. Sua ira fez com que o galho fino da árvore se arcasse como ramo de chorão.
Ele tinha certeza de que aquela mulher era a mesma que morreu de apanhar, de tuberculose ou de tristeza e ele nem mandou rezar missa para a desinfeliz. Seu orgulho não permitia humilhação. Ninguém havia rido dele, nem nunca acharam graça de seus esgares embolorados. Tinham, sim, é muito medo de suas malfeitices.
Teve várias mulheres é certo, algumas alvas e silenciosas como a defunta, outras espalhafatosas e negras, em algumas ele batia, de algumas desdenhava, mas filho nenhum. Sempre se lembrava do desprezo que viu nos olhos da esposa moribunda condenando-o a não ver perpetuados em suas sementes, os olhos duros de cobra que ele sempre tivera.
Feito teia de aranha no alto do ipê, o Coronel escutou a voz da mulher vinda do quintal, Quatro meses de reformas e poderemos nos mudar, não é? Não, não seria. Se dependesse dele os dois não se mudariam nunca, e se o fizessem haveriam de sofrer. Se é que a alma fica perambulando para se purificar, a alma em questão desconhecia esta parte.
Os pedreiros entraram na casa na semana seguinte. Enquanto quebraram paredes, e colocaram novo piso, ele atrapalhou o quanto pode. Era um tombo, um corte na mão, uma distensão de braço. Fatos simples mas que serviram para atrasar a obra. Mexeram na cozinha, sua pia malcheirosa transformou-se em coisa linda e moderna. Foi a pior parte. Os canos arrebentaram, o piso descolou, os ladrilhos que não aceitavam rejunte.
Augusto e Nina se desentendiam a cada visita, mas eram jovens, logo estavam aos beijos. E foi neste pedaço da história que apareceu Liduína. Era empregada da mãe de Nina e antiga conhecida minha, uma espécie de diplomata entre dois mundos. E, se havia alguém precisando de ajuda, esse alguém era o Coronel, porque estava na hora de ele ir embora e deixar a vida para Nina e Augusto.
Liduína entrando na cozinha, segurou o queixo com a mão direita, a outra mão apoiada na cintura espremida por grandes e arredondadas ancas mulatas, farejou por todo canto. No quintal, parou embaixo do ipê, virou para um lado, para o outro e fixou os olhos no encima, como os gatos que vêem o nada, Desce daí, velho safado, precisamos de um dedo de prosa. Coronel nem se mexeu, Isso não é da sua conta, nega metida. Começaram uma discussão e por mais que eu espichasse os ouvidos o que consegui entender foi, Êta velho teimoso, vou ter de dar outro jeito.
A noite avançava rapidamente quando Lidú entrou e chamou a menina agora mulher casada e assustada, Eu tive uma idéia minha filha, essa bagunça toda tem de acabar. Enquanto isso vou ensinando você a cozinhar umas coisinhas, eu preciso buscar as receitas e volto amanhã, começamos a lida nos amanheceres
Dia seguinte, Lidú chegou com a carne, limão cravo e algumas traquitanas, começou a falar alto na cozinha, queria atrair a atenção do indisposto fantasma. Nina, ingênua nestes assuntos, entrou animada na cozinha, O que é que teremos de novidades? Coronel se viu seduzido pela bela presença, chegou ligeiro se enganchando na maçaneta do vitrô para ficar mais próximo.
Eu, que assistia a tudo de longe, não via mais em Teotônio os olhos frios e insinceros do passado, e sim, uma curiosidade apaixonada, mas sabem, espíritos também se enganam, então achei melhor não palpitar com Lidú. Ela haveria de dar jeito.
Enquanto mexiam nos temperos a mulata começou a lamentar para a doninha da casa, o destino de um pobre Coronel que viveu num tempo e num lugar onde tudo era muito diferente. Contou a infância do velho com certo ar de tragédia, com certo ar de tristeza. Até eu fiquei penalizado e começava a chorar quando Lidú arrumou as coisas sobre a pia, dizendo que voltaria no dia seguinte para continuar o preparo, Esse prato exige tempo e paciência. O Coronel ficou imóvel, remoendo a expectativa do amanhã.
Liduína veio e enquanto pendurava a carne sobre o fumeiro, ia detalhando para Nina as coisas que fizeram do tal homem, odiado e temido. À medida que os relatos surpreendiam a atenta ouvinte iam domando o inquieto espírito. O cheiro da carne defumando se entranhava no esfumado, fazendo com que ele se lembrasse dos tempos em que uma boa mesa o fazia vibrar. Fazê-lo ter boas lembranças, assim como despertar em Nina o interesse na magia das histórias e da cozinha, fazia parte do plano.
Vez ou outra o Coronel grunhia do alto do ipê, Não, isso não foi bem assim, repetia em tom baixo quase sem graça. Semana se foi, nem o próprio Coronel percebeu que seu espectro se esgarçava nos galhos da árvore. Todo dia, fumaça de menos, mais um pouco de história e ele ia se despedindo deste mundo, se curava através das palavras. Era isto de que ele precisava, saber o que havia feito e arrepender-se. Em outros tempos Liduína andou fazendo feitiçarias, hoje sabia que as coisas podiam e deviam ser diferentes. Sua calma, sua doce voz, suas histórias, puseram fim ao tormento da reforma para o jovem casal, e fim ao descaminho do velho para sossego de todos.
O tempo é mesmo senhor e o Coronel acabou aceitando ir embora. Desapareceu na seiva da árvore levando consigo a visão de Nina arrumando a mesa no terraço, com toalha de linho muito branco, taças de cristal para o vinho, rosas vermelhas. Estava feliz, ansiosa para servir ao marido um quitute tão especial e poder anunciar a primeira gravidez.
Estou achando que não mais sopro histórias como as de outrora, talvez porque esteja ficando velho talvez porque precise de uma prosa com a Liduína. A propósito, saibam que o ipê ficou carregado de flores que mais pareciam pedaços vivos do sol.

(Para maiores esclarecimentos o autor recomenda a leitura de Bugio moqueado, em Negrinha – Monteiro Lobato, Ed. Brasiliense Ltda, 1946).

LEITURA


LEITURA

Ângela Togeiro (MG)

Os dedos do cego
captam detalhes mais íntimos
nas rugas, lêem o ego

LUA PELO CORPO

LUA PELO CORPO

MARIA DALVA JUNQUEIRA GUIMARÃES
(GOIÁS - 1o Lugar)



nos quatro cantos do corpo
poemas
rimas
noites e lua
traçando vozes
e quebrantos
luas de muitos feitios
muita água de lua
lavou meus cabelos
luas dos primeiros bailes
banhadas de poemas
luas dos primeiros amores
molhadas de ilusão
luas de bodas bordadas de rendas
luas de vigília embaladas de sonhos
luas viajeiras levadas de vento
luas de veleiros de noites brancas

frágeis sobre as águas
cardumes de sonhos
viajando silenciosos
em rodopios e volteios
no rio calado das lembranças
amoras e luas
meu cajado de sonhos

nos quatro cantos do corpo
o brilho de lamparinas
sabores e dissabores
bala menta no seio
redomas
retoques
leques
maresias e vento leste
na anca flor de romã
poemas
rimas
noites de lua
nos quatro cantos do corpo
fogueira acesa
tochas num jogo de fogo
quatro quebrantos
lembranças e séculos
nos quatro cantos dos olhos
enormes de espanto

acesos
despertos
abertos
cismas
ritos
lendas

estrada de sol
passos da noite
nesses tempos de insônia
vinhas e estrelas
todas as luas pelo corpo
lua cheia de sonhos
lua nova carregada de amores
lua crescente desenhada de pesares
lua minguante tatuada no tempo
aromas
quitutes
temperos
a canção como algas
encapuzadas de memórias
camafeu soprado de luas
fabulando as horas

VENCEDORES DO II PRÊMIO PÓRTICO

VENCEDORES

CATEGORIA POETRIX


PRIMEIRO LUGAR:
LEITURA
Ângela Togeiro (Minas Gerais)


SEGUNDO LUGAR:
NU
Maristela Straccia (Rio Grn. Sul)


TERCEIRO LUGAR:
UTOPIA
María Elena Bauer (Argentina)


QUARTO LUGAR:
LLUVIA
María Elena Bauer (Argentina)


QUINTO LUGAR:
1
Zulma Rosadilla (Uruguai)
CATEGORIA POESIA

1º Lugar:
LUA PELO CORPO
Maria Dalva Junqueira Guimarães (Goiás)

2º Lugar:
CONSTELADA DE ÂNSIAS
Maria Dalva Junqueira Guimarães (Goiás)

3º Lugar:
ARMADILHA
Relva E. R. Silveira (Minas Gerais)

4º Lugar:
DE FORNO E FOGÃO
Relva E. R. Silveira (Minas Gerais)

5º Lugar (empatados):
INFÂNCIA
Maria Dalva Junqueira Guimarães (Goiás)

NOITE
Maria Cláudia G. Amaral
(Rio de Janeiro)

UM ENCONTRO
Luís Henrique de Oliveira Daló
(São Paulo)
CATEGORIA PROSA


1º Lugar:
LIMÃO CRAVO, LARANJA AZEDA
May Parreira e Ferreira
(Minas Gerais)

2º Lugar:
O SENHOR RUDOLPH
Emille Rocha B. A. Prata
(Minas Gerais)

3º Lugar:
FUTURO DO PRETÉRITO
Denise Santini
(São Paulo)

4º Lugar (empatados):
APRISIONADOS
Adelice da Silveira Barros
(Goiás)

FUGA
Paulo José da Silva - SP

5º Lugar:
FONTAINE
Denia Dutra
(Minas Gerais)

ANTOLOGIA II PRÊMIO PÓRTICO (2001)

FICHA TÉCNICA

Título: ANTOLOGIA II PRÊMIO PÓRTICO DE POETRIX, POESIA E PROSA
Autores: Ângela Togeiro, Maristela Straccia, Maria Elena Bauer, Zulma Rosadilla, Pablo Pera Pirotto, Margarita Inastrillas, Rodolfo Luiz do Nascimento, Oswaldo Martins, Marinalva Maria Martins, Pedro Cardoso, Andréa Abdala, Maria Dalva J. Guimarães, Cláudia Villela, Lia Gomes, Pedro Chaltein, Marinalva Maria Martins, Betina Ule, May Parreira e Ferreira, Emille Rocha B. A. Prata, Adelice da Silveira Barros, Henry Alfred Bugalho, Denia Dutra, Olga Mathion, Guilherme Del Campo,
Capa: Georges Luiz, a partir de desenho de Sávio Drummond
Prefácio: Goulart Gomes
Produção gráfica: Alexandre Campos
Editoração: Luiz Carlos Martins
Ano: 2001
Editora: Pórtico Ed. / CBJE
Páginas: 76
Tiragem: 150 exemplares

UNTICKETED


Unticketed
(Madô Martins, in 1 Antologia Prêmio Pórtico)
trilhos
túneis
pontes
gares
me diz
como vencer
tanta distância
como tocar
teu coração
tão estrangeiro
como trazer-te
de volta
se és agora
passageiro da memória

VENCEDORES DO 1 PRÊMIO PÓRTICO

VENCEDORES DO 1 PRÊMIO PÓRTICO

PROSA

1º LUGAR: Quem Conta Um Conto... Aumenta Um Ponto
Autora: Relva do Egypto R. Silveira - Belo Horizonte (MG)
2º LUGAR: Dívida Ativa - Paulo José da Silva - São José do Rio Preto (SP)
3º LUGAR : Lana - Malva Barros de Oliveira - Aracaju (SE)
Menção Especial, Melhor Autor do Pórtico: O Cortês - Ronaldo Jacobina - Salvador (BA)
Menção Especial, Melhor Autor da Bahia: Capa Rica - Álvaro Ricardo Veiga - Jequié (BA)
Menções Honrosas:
Cego que Enxergava - Eldáh Menezes G. Duarte - Santos (SP)
Almoço de Negócios - Jeanette Beatriz Rozsavolgyi - São Paulo (SP)
Vira-Lata - Jeanette Beatriz Rozsavolgyi - São Paulo (SP)
Problemas Com O Celular - Malva Barros de Oliveira - Aracaju (SE)
Quindim - Malva Barros de Oliveira - Aracaju (SE)
Bobo e O Mundo - Monica Franchi Carniello São Paulo (SP)
Triste Fim dos Porquinhos - Relva do Egypto R. Silveira - Belo Horizonte (MG)
Quitute Com Tempero Especial - Relva do Egypto R. Silveira - Belo Horizonte (MG)
Uma Vez Uma Fonte - Terezinha Almeida M. Pereira - Pará de Minas (MG)
Livro de Anita - Terezinha Almeida M. Pereira - Pará de Minas (MG)



POESIA

1º LUGAR: Unticketed – Autora: Madô Martins - Santos (SP)
2º LUGAR: Reflexos - Augusto Sérgio Bastos - Rio de Janeiro (RJ)
3º LUGAR: Bezerro - Dieter Roos - Divinópolis (MG)
Menção Especial, Melhor Autor do Pórtico: Babel - Heverly Jane - Santo André (SP)
Menção Especial, Melhor Autor da Bahia: Receita de Mulher - Anísio Lage – Salvador (BA)
Menções Honrosas:
Os Galos no Terreiro - Antonio Donizeti da Cruz - Mal. Rondon (PR)
Janelas Azuis - Augusto Sérgio Bastos - Rio de Janeiro (RJ)
Zelosa - Luiz Roque - São Paulo (SP)
Trânsito em Perdido - Marcus Antonio M. Mendes - BH (MG)
O Canto dos Sapos - Marcus Antonio M. Mendes - BH (MG)
Cartilha - Maria Guilhermina Kolimbrowsky - São Paulo (SP)
Ódio e Amor - Patrícia B. Neme - Piracicaba (SP)
Grilo - Roberto Resende Vilela - Pouso Alegre (MG)
Monet no Rio - Ronaldo Jacobina - Salvador (BA)
Avesso - Vladimir Queiroz - Salvador (BA)

ANTOLOGIA 1 PRÊMIO PÓRTICO DE POESIA E PROSA

Antologia que reuniu os vencedores e outros participantes do PRIMEIRO PRÊMIO PÓRTICO DE POESIA E PROSA
FICHA TÉCNICA

Título: ANTOLOGIA DO 1 PRÊMIO PÓRTICO DE POESIA E PROSA
Autores: Madô Martins, Augusto Sérgio Bastos, Dieter Roos, Heverly Jane, Anísio Lage, Patrícia Neme, Vladimir Queiroz, Antonio Donizeti da Cruz, Roberto Resende Vilela, Maria G. Kolimbrowsky, Oswaldo Francisco Martins, José Sergival, Sérvulo Miranda, Adilson Gomes dos Santos, Mara Helena Brunelli, Álvaro Ricardo Veiga, Horácio Boaventura, Sérgio Villa, Pedro Rodrigues, Elizabeth Mariana, Romar Pereira, Wellington Lima Campos, Relva do Egypto, Paulo Jacintho, Malva Barros Oliveira, Ronaldo Ribeiro Jacobina, Terezinha Pereira, J. M. do Lago Leal, Pilar Casagrande, Haroldo Barboza, Adelgício de Paula, Zenilda Nunes Lins, Elizangela Freitas de Oliveira e Josué Ramiro
Capa: Sávio Drummond
Ano: 1999
Editora: Pórtico Ed.
Páginas: 118
Tiragem: 300 exemplares

REFLEXOS DA VIDA (2006)


Reedição do livro de contos de Marivaldo Paixão.
FICHA TÉCNICA

Título: REFLEXOS DA VIDA
Autor: Marivaldo Paixão
Edição: Segunda
Capa: Alzenir Ferreira
Ilustrações: Alzenir Ferreira e Antônio Pires
Apresentação: Jaime de Moura Ferreira, Goulart Gomes e Gildásio Freitas
Editoração e revisão: Goulart Gomes
Ano: 2006
Editora: Pórtico Ed.
Páginas: 144
Tiragem: 500 exemplares

CAIXA DE PANDORA

Caixa de Pandora
(Odelita Figueiredo, in Canto Livre)
Nos tempos
Do meu tempo
Se estar atento
É sempre preciso.
Pois, quando menos se espera
A qualquer hora
Em plena caixa de Pandora
Inúmeras surpresas...
E dispõe na mesa
As cartas do destino
Que desde meninos
Podemos escolher.
Basta se estar presente
E perceber os sinais...

CANTO LIVRE (2004)


FICHA TÉCNICA

Título: CANTO LIVRE
Autor: Odelita Figueiredo
Orelha, editoração e revisão: Goulart Gomes
Capa: Goulart Gomes sobre tela de Di Cavalcanti, com a colaboração de Antonio Sales.
Ano: 2004
Editora: Pórtico Ed.
Páginas: 98
Tiragem: 500 exemplares

MATRIX REVELATIONS (2004)

Ensaio que desvenda os mistérios da trilogia MATRIX.
Para fazer download gratuito acesse: www.goulartgomes.com

FICHA TÉCNICA

Título: MATRIX REVELATIONS, tudo o que você queria saber sobre o filme
Autor: Goulart Gomes
Ano: 2004
Editora: Pórtico Ed.
Páginas: 107
Tiragem: 300 exemplares

CAMINHO DO AMOR


Caminho do Amor
(de Carlos Valadares para Loreta, in Semeadores de Sonhos)
Quantas vezes te vi, menina
passeando em loucas (minhas) fantasias
Quando te conheci, há muito te conhecia
só faltava te encontrar.
Teu ritmo, desafinado
extrassistoles da paixão
menina moça, enfeitiçaram-me
te encontrei
Escuta mulher
o ruído dos meus lábios
incansável sobre tua pele
o ritmo (meu) descompassado,
apaixonado,
sou teu.

SEMEADORES DE SONHOS (2004)


Segundo livro do maravilhoso casal de poetas Loreta e Carlos Valadares publicado pelo Pórtico.
FICHA TÉCNICA

Título: SEMEADORES DE SONHOS
Autor: Loreta e Carlos Valadares
Capa e contracapa: Virgínia Yoemi Fujiwara e Ângela Fujiwara
Editoração e revisão: Goulart Gomes
Apresentação: Angeluccia Bernardes Habert
Ano: 2004
Editora: Pórtico Ed.
Páginas: 150
Tiragem: 1.000 exemplares

VERSOS CARMES

VERSOS CARMES
(Ronaldo Ribeiro Jacobina, in No Baú da Cafua)
Sob o sol
De teus olhos,
Girando em alucinada
Órbita
Quem nem as leis kleperianas
Ousaram disciplinar,
Estes versos
Carmes
São para serem
Escritos
Em lábios carmesins
Na tua própria
Carne.

NO BAÚ DA CAFUA (2004)


Livro que comemorou os 50 anos de idade desse premiadíssimo escritor baiano, reunindo sua poesia e prosa.
FICHA TÉCNICA

Título: NO BAÚ DA CAFUA
Autor: Ronaldo Ribeiro Jacobina
Capa e contracapa: Luciene Costa Oliveira (a partir de desenho de Carybé)
Ano: 2004
Editora: Pórtico Ed.
Páginas: 100
Tiragem: 300 exemplares

PENÍNSULA DE ITAPAGIPE (2003)

Livro que apresenta histórias, tradições e a cultura popular dessa importante região da cidade do Salvador, Bahia.


FICHA TÉCNICA


Título: PENÍNSULA DE ITAPAGIPE
Autor: Alcimar Costa Silva
Apresentação, capa e editoração: Goulart Gomes
Orelha: Ariomar Rodrigues da Costa
Ano: 2003
Editora: Pórtico Ed.
Páginas: 190
Tiragem: 300 exemplares

TEO E ÍCARO VÃO A BARRETOS (1999)


Conto do jovem Pedro Maciel de Paula Garcia, ilustrado pelo irmão Leonardo Maciel de Paula Garcia.
FICHA TÉCNICA
Título: TEO E ÍCARO VÃO A BARRETOS
Autor: Pedro Maciel de Paula Garcia
Ilustrações e capa: Leonardo Maciel de Paula Garcia.
Ano: 1999
Editora: Pórtico Ed.
Produção gráfica: Argemiro Garcia
Páginas: 20
Tiragem: 500 exemplares

ESFINGE LUNAR E OUTROS ENIGMAS (2001)

Livros de poesias "apócrifo" de Goulart Gomes, dos quais foram impressos apenas 30 exemplares, distribuídos a amigos.

FICHA TÉCNICA

Título: ESFINGE LUNAR E OUTROS ENIGMAS
Autor: Goulart Gomes
Ano: 2001
Editora: Pórtico Ed./CBJE
Prefácio: José Félix (Portugal)
Capa: Georges Luiz
Produção gráfica: Alexandre Campos
Editoração: Luiz Carlos Martins
Páginas: 68
Tiragem: 30 exemplares

TRIX, POEMETOS TROPI-KAIS (1999)


Livo que deu origem ao poetrix, com a publicação dos primeiros tercetos assim intitulados e a apresentação do Manifesto Poetrix. para saber mais: www.movimentopoetrix.com

FICHA TÉCNICA


Título: TRIX, POEMETOS TROPI-KAIS
Autor: Goulart Gomes
Ano: 1999
Editora: Pórtico Ed.
Capa: Goulart Gomes, sobre tela de Picasso
Páginas: 60
Tiragem: 500 exemplares

Obs.: acompanhava um disquete com apresentação de diversos poetrix, em Power Point

ATITUDE


Atitude
(José Sergival, in Sementear)
Hoje não quero passar embaixo das sombras,
Nem tampouco acreditar
que tudo está escrito.
Quero sim, expor meus olhos à luz
Para que ela reflita em meu espírito.
E durante o caminho,
enquanto banho-me de vida,
Ofusco com as cores do meu reflexo
As nuvens negras
que estão sobre minha cabeça
Transformando em simples o complexo.

SEMENTEAR (1999)

SEMENTEAR é o livro de poemas do grande artista plástico, fotógrafo, compositor, ator e poeta JOSÉ SERGIVAL, natural de Sergipe, hoje radicado no Rio de Janeiro. Com uma belíssima capa de Sávio Drummond, que caricaturou o autor de forma totalmente irmanada aos seus ideais e temática regionalista nordestina.
FICHA TÉCNICA
Título: SEMENTEAR
Autor: José Sergival da Silva
Ano: 1999
Editora: Pórtico Ed.
Capa: Sávio Drummond
Editoração: Goulart Gomes
Revisão: Ronaldson e Goulart Gomes
Apresentação: Goulart Gomes, Sávio Drummond, Ferreira Lima, Araripe Coutinho e Ronaldson
Páginas: 40
Tiragem: 500 exemplares

MAIS ALÉM

Mais Além
(Alice Spíndola, in Azuis)

um sussurro
eco das águas
do cotidiano
em arrepios de felicidade
levando meu canto
para muito além de mim

O DOM DE AMAR (1999)


O DOM DE AMAR é uma série de 17 poemas em minicartões acondicionados em uma embalagem porta-disquetes.
FICHA TÉCNICA

Título: O DOM DE AMAR
Autores: Goulart Gomes
Ano: 1999
Editora: Pórtico Ed.
Arte: Goulart Gomes
Páginas: 19
Tiragem: 100 exemplares

AZUIS (1999)


FICHA TÉCNICA

Título: AZUIS, Antologia Poética
Autores: Adilson Gomes, Alice Spíndola, Arivaldo Purificação, Carmelita Menezes, Evilásio Bispo da Paixão, Gessé Rodrigues, Jurandir Argolo, Odair Campos, Regina Sant”Anna, Sérgio Villa e Romar Pereira.
Ano: 1999
Editora: Pórtico Ed.
Capa: Sávio Drummond
Revisão e editoração: Goulart Gomes
Páginas: 48
Tiragem: 500 exemplares

ORLANDO LEMOS, o caminhoneiro escritor



ORLANDO LEMOS é o grande fenômeno de vendas do Grupo Pórtico. Seus cinco livros de contos, publicados entre 1999 e 2002 venderam 4.500 exemplares! Homem de origem simples, mas de grande talento e criatividade, Orlando foi o vencedor do Concurso Literário Alpargatas Lonil-Locomotivas por quatro anos consecutivos e alvo de matéria do jornal A Tarde, em 23-04-2001. De grande versatilidade, ele tem uma habilidade especial para contar e recontar histórias das estradas, sejam elas trágicas ou cômicas, vividas ou contempladas do alto do seu caminhão. Orlando Lemos é um grande exemplo da força transformadora da Literatura em nossas vidas.

CARGA PESADA (2002)





FICHA TÉCNICA

Título: CARGA PESADA
Autor: Orlando Lemos
Ano: 2002
Editora: Pórtico Ed.
Capa: Goulart Gomes
Prefácio: José Inácio Vieira de Melo
Páginas: 144
Tiragem: 1.000 exemplares

NO CALOR DA ESTRADA (2001)



FICHA TÉCNICA

Título: NO CALOR DA ESTRADA
Autor: Orlando Lemos
Ano: 2001
Editora: Pórtico Ed.
Capa: Goulart Gomes
Prefácio: Djalma Filho
Páginas: 132
Tiragem: 1.000 exemplares

TODO DIA NESSA ESTRADA (2001)


FICHA TÉCNICA

Título: TODO DIA NESSA ESTRADA
Autor: Orlando Lemos
Ano: 2001
Editora: Pórtico Ed.
Capa e revisão: Goulart Gomes
Editoração: Gersínio Neto
Páginas: 140
Tiragem: 1.000 exemplares

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

CADA PALMO DESSA ESTRADA (2000)


FICHA TÉCNICA

Título: CADA PALMO DESSA ESTRADA
Autor: OrlandoLemos
Ano: 2000
Editora: Pórtico Ed.
Capa, revisão e prefácio: Goulart Gomes
Editoração: Gersínio Neto
Páginas: 158
Tiragem: 500 exemplares

HISTÓRIAS QUE A ESTRADA CONTOU (1999)




FICHA TÉCNICA

Título: HISTÓRIAS QUE A ESTRADA CONTOU
Autor: OrlandoLemos
Ano: 1999
Editora: Pórtico Ed.
Capa, editoração, revisão e prefácio: Goulart Gomes
Páginas: 180
Tiragem: 1.000 exemplares

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O juízo, afinal

O juízo, afinal
(Ricardo Seixas, in Os Labirintos do Sonho)
Na manhã do Dia Grande,
Derreteram-se os fuzis
E os generais desabaram.
Balas disparadas certeiras,
Aos corações encharcados de tudo,
Eram flechas de cupidos tresloucados

As mãos dos homens entrelaçaram-se
Como ramagem do mesmo tronco...
Todas as crianças sorriram sem medo...
Todas as mulheres engravidaram de alegria...
E, nas ruas do mundo inteiro, aos beijos,
juntaram-se os amantes,
Na manhã do Dia Grande.

OS LABIRINTOS DO SONHO (1998)

Livro de contos, crônicas e poemas de Ricardo Seixas.

FICHA TÉCNICA


Título: OS LABIRINTOS DO SONHO
Autor: Ricardo Seixas
Ano: 1998
Editora: Pórtico Ed.
Capa: Goulart Gomes, a partir de quadro de Max Ernst
Orelha: Jorge Calmon
Apresentação: Maria Rosa Seixas Silvany
Editoração: Goulart Gomes
Páginas: 100
Tiragem: 500 exemplares

TIMPIM (1999)

Primeiro livro infantil publicado pelo Pórtico, tipo "leia e pinte", o póstumo TIMPIM, de Cléa-Lygia Carvalho Coutinho, teve um minucioso tratamento de imagens e cores.

FICHA TÉCNICA
Título: TIMPIM
Autor: Cléa-Lygia Carvalho Coutinho
Ano: 1999
Editora: Pórtico Ed.
Capa e ilustrações: Anderson
Apresentação: Vicente Coutinho e Goulart Gomes
Editoração: Goulart Gomes e Gersínio Neto
Páginas: 28
Tiragem: 1.000 exemplares

FRENESI DA JUVENTUDE (1998)


Mais um romancede Marivaldo Paixão publicado sob o selo do Pórtico: Frenesi da Juventude, em sua segunda edição, contando as aventuras de uma turma de jovens muito espertos.

FICHA TÉCNICA


Título: FRENESI DA JUVENTUDE, 2ª. edição
Autor: MARIVALDO PAIXÃO
Ano: 1998
Editora: Pórtico Ed.
Capa e ilustrações: Carlinhos Lopes
Apresentação: Valquíria Barbosa
Revisão: Lya Fernanda, Carlinhos Lopes e Goulart Gomes
Editoração: Goulart Gomes
Fotografia: Marianne Boker Torres
Páginas: 88
Tiragem: 300 exemplares

O CORPO

O CORPO
(Márcia Lima, in Transparência)

Quando tocares meu corpo
Não esqueças a alma
Para que sejas capaz de ver
A arte do ser se abrir
Sem precisar sonorizar o riso
Ou sucumbir às travas
Até chegarmos ao mundo restrito da graça
A graça de ser uma única vida, no tempo do meu delírio.

Quando tomares meu corpo
Não esqueças de largar as armas
Para que eu possa levá-lo do mundo
Às raízes das flores
E contemplar diluírem-se os conceitos
No tempo de segundos eternos e frágeis.

TRANSPARÊNCIA (1997)

Livro de poesias publicado pela Série Orpheu do Consórcio de Autores

FICHA TÉCNICA


Título: TRANSPARÊNCIA
Autor: MÁRCIA LIMA
Ano: 1997
Editora: Pórtico Ed.
Capa: Virgínia Pontelo
Orelha: Nélio Lopes
Revisão de texto: Nélio Lopes e Goulart Gomes
Editoração: Goulart Gomes
Páginas: 40
Tiragem: 500 exemplares

HARÉM DAS PEDRAS (1997)

Romance também publicado pela Série Orpheu do Consórcio de Autores.

FICHA TÉCNICA
Título: HARÉM DAS PEDRAS
Autor: MARIA MATOS DOS SANTOS
Ano: 1997
Editora: Pórtico Ed.
Capa: Mahô
Orelha: Goulart Gomes
Páginas: 64
Tiragem: 500 exemplares

VOCÊ ETERNA (1997)

VOCÊ ETERNA, Versos de Justa Medida foi o segundo livro publicado por C. Lopes com o Grupo Pórtico. A obra integrou a série Orpheu do Consórcio de Autores

FICHA TÉCNICA

Título: VOCÊ ETERNA, VERSOS DE JUSTA MEDIDA
Autor: C. LOPES
Ano: 1997
Editora: Pórtico Ed.
Capa: Arthur Ghwma
Orelha: Caubi Nova
Prefácio: Cid Seixas
Páginas: 40
Tiragem: 500 exemplares

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

GÊNESIS, por Luiz Flávio

GÊNESIS
(Luiz Flávio do Prado Ribeiro)


Juntos
Seremos tudo
E nada mais que ouro
Que brilhará no escuro
A reluzir paixão
Muitos
Seremos juntos
E nada além de todas
As formas do milagre
Da multiplicação
Mundos
Seremos muitos
E nada mais que estrelas
Pulsando no espaço
Após a explosão

POESIA DO PRADO RIBEIRO (1997)


POESIA DO PRADO RIBEIRO reuniu três gerações de poetas: Luiz do Prado Ribeiro (1894-1964), o avô, foi integrante da Academia Carioca de Letras, cadeira 13; Luiz Antônio do Prado Ribeiro (1927- ), o pai, que também participou do Anuário Pórtico 1997 e Luiz Flávio do Prado Ribeiro, fundador e integrante da primeira diretoria do Grupo Pórtico. Para completar, a antologia ainda traz um poema de Rafael, o neto, nascido em 1980 e então dando seus primeiros passos no mundo da poesia.
Título: POESIA DO PRADO RIBEIRO
Autores: Luiz, Luiz Antônio e Luiz Flávio do Prado Ribeiro
Ano: 1997
Editora: Pórtico Ed.
Capa: Sávio Drummond
Páginas: 58
Tiragem: 300 exemplares

II ATO, por Hildete Monte Verde


II ATO
(Hildete Monte Verde)

Emergir dos palcos derradeiros
das cenas intermináveis
rasurando páginas
revirando os tempos...
Um arrancar de máscaras
e peitos rasgados
a sangrar no desvelar,
nos sonhos arrebatados
e fantasmas incógnitos
que destróem e cospem
chamas aterradoras
na indecisão de nós

MISTURA - FRAGMENTOS DE NÓS (1997)


Mais um livro publicado na Série Orpheu do Consórcio de Autores.
Título: MISTURA – FRAGMENTOS DE NÓS
Autora: Hildete Monte Verde
Revisão e Orelhas: Elisabete Porto Jarske
Prefácio: Lúcia Casaes de Souza e C. Lopes
Ano: 1997
Editora: Pórtico Ed.
Capa: Artur Ghwma
Páginas: 40
Tiragem: 500 exemplares